OS ANJOS DE DEUS
De
acordo com a narrativa do Gênesis, antes da Queda, no Éden, a humanidade vivia
na ausência do mal. Mas, após o pecado original, o mundo passou a sofrer a
influência do maligno (1Jo5.19), de tal modo que, segundo o Apóstolo Paulo, a
luta dos cristãos não é contra homens, mas “contra as forças
espirituais do mal nas regiões celestiais” (Efésios6.12). No entanto, por causa
do amor de Deus pelos homens, a vida humana é também alvo da ação de anjos
divinos “enviados para servir aqueles que hão de herdar a salvação (Hebreus
1.14).
Desse modo, é possível encontrar no texto
bíblico inúmeras narrativas em que anjos de Deus agem em favor da humanidade.
Segundo Moisés, por exemplo, miríades de anjos presenciaram a outorga da Lei a
Israel, no Sinai (Deuteronômio 33.2 e Hebreus 2.2). Tal fato mostra a
relevância daquele evento, pois a Lei é Deus entre os homens em forma de
palavras. Ela ao mesmo tempo que mostra a santidade divina, aponta para a
necessidade humana de um Salvador, pois o ser humano não consegue cumpri-la.
Outro exemplo da ação de anjos em favor
dos homens se encontra registrado em 2Reis. A Síria e Israel estavam em guerra. Tudo o que o rei da Síria planejava com seus comandantes Deus revelava ao
profeta Eliseu que, por sua vez, contava ao rei de Israel. Então, o Rei da
Síria ordenou que capturassem Eliseu. Certa manhã, o auxiliar do profeta, ao
acordar, viu a cidade em que se encontravam cercada por carros de guerra da
Síria. Preocupado, falou a Eliseu. Este orou a Deus pedindo que Ele abrisse os
olhos do jovem para que visse a realidade espiritual. “Então o SENHOR abriu os
olhos do rapaz, que olhou e viu as colinas cheias de cavalos e carros de fogo
ao redor de Eliseu” (6.8-23).
O nascimento de Jesus Cristo, o Filho de
Deus, também teve a participação de anjos. Segundo o evangelista Lucas, o anjo
Gabriel apareceu à Maria para anunciar-lhe que ela ficaria grávida por ação do
Espírito Santo (1.26-38). Logo após o nascimento do menino Jesus, um anjo
apareceu a um grupo de pastores, que cuidavam de suas ovelhas no campo.
Enquanto esse anjo anunciava a chegada ao mundo do Salvador, “uma grande
multidão do exército celestial apareceu” e glorificava a Deus (Lucas2.8-20). Depois
de um tempo, outro anjo apareceu a José e o orientou para que fugisse para o
Egito, pois Herodes planejava matar Jesus (Mateus2.13-21).
Anjos auxiliaram Jesus em outros dois
momentos cruciais de sua vida. Após quarenta dias de tentação, no deserto,
“anjos vieram e o serviram” (Mateus4.11). E no Getsêmani, em sua angústia,
“apareceu-lhe, então, um anjo do céu que o fortalecia” (Lucas22.43). Os
evangelhos, contudo, mostram que Ele enfrentou sua caminhada terrena sozinho,
valendo-se de sua comunhão com o Pai, por meio da oração. Mas, aparentemente,
Ele tinha anjos ao seu dispor. No momento de sua prisão, repreendeu Pedro e
falou: “você acha que eu não posso pedir a meu Pai, e ele não colocaria
imediatamente à minha disposição mais de doze legiões de anjos?” (Mateus26.53).
A pesar desse apoio, Jesus foi sozinho para a cruz.
Antônio
Maia – M. Div.
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