A ÁRVORE DA VIDA
Quem
já leu a Bíblia inteira, da primeira à última página, sabe que ela começa e
termina com uma enigmática árvore: a “árvore da vida”. Qual o seu significado?
Qual a sua importância para a profecia bíblica, considerando que ela ocupa relevantes posições no texto sagrado?
No livro de Gênesis, onde ela aparece pela primeira vez, observa-se que a vontade divina para o homem era que ele comesse de todas as árvores do
jardim, inclusive dela, a "árvore da vida", e que não comesse da “árvore do conhecimento do bem e do
mal”. Agindo dessa forma, ele estaria vivendo em consonância com os desejos do Criador. Por conseguinte, comer da árvore proibida representaria um viver autônomo e independente de Deus.
Mas
o homem decidiu comer da “árvore do conhecimento do bem e do mal”. É claro
que houve uma certa dose de sedução e engano por parte do tentador, contudo, isso
não isenta a responsabilidade do primeiro casal. Eles sabiam exatamente o que
estavam fazendo. Só que optar por uma vida autônoma significava não mais desfrutar da presença divina, não mais comer da
“árvore da vida”, ou seja, afastar-se de tudo que lhe nutria a vida, e expor-se à
morte.
A
consequência daquela decisão foi a saída do ser humano do jardim do Éden, pois sua nova condição não permitia que comesse daquela árvore (Gn 3.22-24). É neste ponto que a humanidade separa-se
de Deus e a natureza humana é alterada. O corpo do homem deixou de ser aquela
máquina perfeita de antes, passando a contrair doenças e a degenerar-se na morte. Seu espírito, que antes vivia em comunhão com Deus,
desorientou-se e perdeu-se dele. A narrativa de toda a extensão bíblica vai, então, mostrar o homem mergulhado num processo de sofrimento e morte, desorientado e sem saber o sentido de sua existência no mundo.
Mas o desenrolar da trama bíblica termina com um extrato da humanidade vivendo novamente na presença de Deus e desfrutando das bênçãos da "arvore da Vida" (Apocalipse 22). Qual o significado, então, dessa árvore? O ensino de Jesus nos dá uma pista para seu entendimento. Ele disse certa vez: "eu sou a videira; vocês são os ramos ... se alguém não permanecer em mim, será como o ramo que é jogado fora e seca. Tais ramos são apanhados, lançados ao fogo e queimados. Se vocês permanecerem em mim, e as minhas palavras permanecerem em vocês, pedirão o que quiserem, e lhes será concedido" (João 15.5-8). Parece que em ambas narrativas, tanto no Gênesis quanto no Apocalipse, a "árvore da vida" se relaciona com a vida de comunhão com Deus.
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