OS CAVALEIROS DO APOCALIPSE
Jesus, em um de seus últimos discursos aos discípulos, próximo ao templo
de Jerusalém, falou de um período da História humana, sem precedentes, marcado
por grande sofrimento e angústia. Ele disse: “porque haverá então grande
tribulação, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem jamais
haverá” (Mateus 24: 21). De acordo com o Apóstolo João, esse período começará
com o aparecimento da emblemática figura dos quatro cavaleiros do
Apocalipse.
É claro que não se trata, exatamente, de cavaleiros, mas de
acontecimentos apresentados de forma estilizada nos moldes da literatura
apocalíptica que é altamente simbólica. Esses acontecimentos constituem os
quatro primeiros selos do livro que Jesus recebeu das mãos de Deus, o Pai
(5:7). Nesse livro, constam as ordens divinas para a destruição sistema humano,
caracterizado pelo pecado e idolatria para posterior implantação de uma nova
ordem de coisas com “novos céus e nova terra” (21:1). Essas ordens aparecem nas
formas de “sete selos”, “sete trombetas” e “sete taças”, que ao serem
executadas resultam em eventos catastróficos para a humanidade e a natureza ou
criação.
Quanto ao primeiro selo, João diz: “olhei, e diante de mim estava um
cavalo branco. Seu cavaleiro empunhava um arco, e foi-lhe dado uma coroa; ele
cavalgava como um vencedor determinado a vencer” (6:2). Este “selo” é uma
referência aos “rumores de guerra”. Isso pode ser observado, nos dias de hoje,
nas muitas fontes de tensões bélicas que existem no mundo. Por exemplo: Rússia
x EUA e Europa; China x EUA; China x Índia; China x Taiwan; China x Filipinas;
Irã x EUA, Coréia do Norte x Coreia do Sul e EUA; Coreia do Norte x Japão.
O segundo selo se refere à guerra. João disse: “então saiu outro cavalo;
e este era vermelho. Seu cavaleiro recebeu poder para tirar a paz da terra e
fazer que os homens se matassem uns aos outros. E lhe foi dada uma grande
espada” (6:4). Os rumores de guerra geram uma instabilidade nas relações entre
as nações e dá origem à tensão bélica. Deus tem segurado o presente cenário
mundial, mas vai chegar o momento, no início da “grande tribulação”, em que Ele
permitirá o rompimento dessas tensões o que provocará a deflagração de
conflitos em escala global.
Já no tocante a descrição do terceiro selo (6:5,6), dar-se a entender
que se trata de uma fome generalizada no planeta. De fato, a fome é uma das
consequências imediatas do estado de guerra, pois os recursos e os sistemas de
produção, nesses momentos, são direcionados à produção de armamentos,
equipamentos e outros suprimentos necessários à condução das operações
militares. Some-se a isso as condições de graves destruições das cidades e
áreas de conflitos, impossibilitando o plantio, a fabricação, o processamento e
o fluxo de alimentos para as grandes massas populacionais.
A escassez de alimentos, aliada à degradação do ambiente, nas áreas de
guerra, gera as condições propícias para um cenário de morte. E esta, a morte,
constitui o quarto cavaleiro do Apocalipse. João disse: “olhei e diante de mim
estava um cavalo amarelo. Seu cavaleiro chamava-se Morte, e o Hades o seguia de
perto. Foi-lhes dado poder sobre um quarto da terra para matar pela espada,
pela fome, por pragas e por meio dos animais selvagens da terra” (6:8).
Observe que, após a abertura dos quatro selos, as condições de vida na
Terra estarão bem precárias, devido aos estragos produzidos pelos conflitos
nucleares e ao grande volume de cadáveres decorrentes dos combates, da fome e
das doenças. É interessante notar, também, que nas outras intervenções divinas
para destruir o sistema humano (sexto selo, trombetas e taças) a fim de
estabelecer “novos céus e nova terra”, anjos fazem determinadas ações que
produzem cataclismos devastadores sobre a Terra, mas, nos quatro primeiros
selos, Ele usa a própria estrutura do sistema humano para destruí-lo.
Antônio Maia – M. Div.
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