O AMBIENTE POLÍTICO DE ISRAEL, À ÉPOCA DE JESUS.
O AMBIENTE POLÍTICO DE ISRAEL, À ÉPOCA DE JESUS.
À época de Jesus, Israel encontrava-se sob o domínio romano, constituindo parte da chamada Província da Síria (Lucas 2.1,2). Havia dois tipos de províncias: as senatoriais e as imperiais. Estas, diferente das senatoriais, caracterizavam-se pela presença das famosas legiões romannas, pois eram territórios que ainda apresentavam certas resistências à dominação. Em Jerusalém, por exemplo, havia tropas do império instaladas na Fortaleza Antônia, instalação militar situada ao lado do Templo (Atos 21.30-36).
À época de Jesus, Israel encontrava-se sob o domínio romano, constituindo parte da chamada Província da Síria (Lucas 2.1,2). Havia dois tipos de províncias: as senatoriais e as imperiais. Estas, diferente das senatoriais, caracterizavam-se pela presença das famosas legiões romannas, pois eram territórios que ainda apresentavam certas resistências à dominação. Em Jerusalém, por exemplo, havia tropas do império instaladas na Fortaleza Antônia, instalação militar situada ao lado do Templo (Atos 21.30-36).
Tal situação era fonte de sofrimento para o povo, pois este
tinha que pagar pesados impostos para os invasores. Muitos, porém, acomodaram-se à dominação e
dela tiravam proveito. Os saduceus, por exemplo, embora não a aprovassem, aceitaram-na
com resignação, pois lhes era conveniente. Como os romanos lhes concediam o
direito de cuidar da vida diária de Israel, eles constituíam a elite da nação e
sobre ela exercia relativa autoridade. Ao fazerem isso, aliado ao fato de o sumo
sacerdote ser designado por eles, os romanos criaram, entre os saduceus, um jogo
político de apoio à Roma.
Era essa elite política que dominava o serviço do templo e imprimia,
junto com os fariseus que também detinham uma interpretação equivocada das
Escrituras, o senso da vida espiritual e todo o conceito de adoração a Deus. Jesus,
contudo, condenou com veemência a religiosidade ensinada e imposta pelos
saduceus e fariseus (Mateus 16.5-12), caracterizada pela aparência e legalismo.
O esforço de seu ensino e pregação consistiu em desconstruir esse arcabouço
religioso que afastava o homem de Deus.
O peso da presença romana em solo israelense aumentou o
anseio pela vinda do Messias. Mas devido aos equívocos das autoridades
religiosas, o povo alimentava a ideia de um messias político e nacionalista. Um
líder, um rei que expulsaria os romanos de Israel e levaria a nação à uma condição
relevante. Por isso, surgiram, à época de Jesus, em Israel, seis ou sete
messias zelóticos que arregimentavam seguidores e depois se isolavam no deserto
para campanhas armadas contra as forças de ocupação.
De fato, há em Atos dos Apóstolos o registro de dois desses
possíveis messias (5.33-41). Lucas também registrou que Barrabás, que foi solto
por ocasião da crucificação de Cristo, havia sido preso por insurreição (possivelmente
contra Roma) e assassinato (23.25). Foi nesse ambiente de agitação política que
o verdadeiro Messias veio ao mundo, mas não foi notado pelos líderes religiosos.
Cegos, em suas equivocadas interpretações, e preocupados em manter suas
posições de prestígio, o mataram. Israel, depois da morte de Jesus, continuou com
suas rebeliões contra o império romano até ser totalmente destruído e disperso pelo mundo no ano 70, depois de Cristo.
ANTÔNIO MAIA
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