O NOME DE DEUS



Concernente ainda ao estudo da revelação divina à humanidade, nesta postagem, quero comentar sobre a atitude de Deus de tornar conhecido seu próprio nome ao homem. Ele disse a Moisés: “É isto que você dirá aos israelitas: Eu Sou me enviou a vocês ... esse é o meu nome para sempre ...” (Êxodo 3.14,15). Este é o nome do Deus que criou todas as coisas: Eu Sou, em hebraico, "Iavé". Jesus o aplicou a si, ao dizer: “eu lhes afirmo que antes de Abraão nascer, Eu Sou (João 8.58). 

Em Êxodo 6.2, o Criador disse: “aní Iavé” (pronúncia aproximada em hebraico) que traduzindo é: "Eu sou Iavé", mas as versões brasileiras traduzem por: “Eu sou o SENHOR”. Isso ocorre, provavelmente, para acompanhar o costume dos judeus de não pronunciar o nome "Iavé". Depois do exílio babilônico, eles passaram a pronuncia-lo apenas em ocasiões especiais, por medo de violar o mandamento de Êxodo 20.7: “não tomarás em vão o nome do SENHOR”.

Por causa disso a pronúncia correta se perdeu. Acredita-se que seja, provavelmente, “Iavé”. Mas muitos usam, de modo equivocado, o som da grafia “Jeová”. Isso ocorre porque no texto massorético, o tetragrama YHWH (Iavé) vem com as vogais da palavra “Adonai” (Senhor), cuja combinação gera essa pronúncia. Contudo, ela jamais foi usada pelos judeus, pois quando viam o tetragrama com as vogais, eles liam “Adonai”. 

O hebraico bíblico é uma língua consonantal, isto é, não possui vogais; apenas consoantes. Então, competentes escribas judeus, no século VI, reuniram os textos considerados inspirados por Deus, usados na comunidade hebraica em um único escrito. Esse texto foi chamado de massorético. Eles introduziram um sistema de pontuação e vogais, pois a pronúncia original começava a se perder.

Estudiosos procuram entender o significado desse nome. Quando Ele diz “Eu Sou” parece sugerir que só Ele é. Só Ele tem existência própria. O universo e todos os seres não a possuem, pois existem apenas em decorrência dele. Mas Gerhard von Rad, teólogo alemão, via o sentido básico de “Iavé” na ideia de “presença”. De fato, Deuteronômio 12.5,11 fala da questão do nome de Deus “habitar” ou “morar” em certo lugar. Isso é reconfortante, visto que a humanidade perdeu a presença divina na Queda, mas hoje Ele, de certo modo, está entre os homens por meio de seu nome, o qual pode ser invocado.

Antônio Maia – M.Div.

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